Caldeirão

Steno bredanensis

Lesson, 1828 Observado pelo Espaço Talassa

Os caldeirões adultos podem crescer até aos 2.6m de comprimento, sendo os machos um pouco maiores que as fêmeas. O peso médio é de 160kg. Os recém-nascidos têm cerca de 1m. Existem 19-29 pares de dentes robustos em cada maxilar. Os dentes são muito característicos da espécie pois apresentam muitas pregas verticais. A longevidade é de, pelo menos, 35anos.
O caldeirão é o único golfinho com bico que não possui um sulco na base do melão. Em vez disso, a testa prolonga-se até ao bico. A barbatana dorsal é alta, larga e numa posição central no dorso. As barbatanas peitorais são largas, posicionadas mais posteriormente quando comparadas com os outros golfinhos. A coloração é complexa, pois o corpo apresenta uma coloração cinzento-escura, com uma faixa de cor mais escura no dorso, que estreita entre o espiráculo e a barbatana dorsal, mas depois alarga novamente. Os flancos são cinzentos-claros e dão origem a um ventre branco, que pode apresentar um tom rosado. Muitas vezes apresentam manchas escuras nos flancos, bem como cicatrizes, arranhões e pintas nos indivíduos adultos. O bordo da boca costuma ser de cor branca. Os olhos têm um contorno escuro.
Os caldeirões alimentam-se de cefalópodes e peixes, incluindo os de grande porte, como dourados. São capazes de mergulhos profundos, e podem submergir, pelo menos, 15min. Esta espécie é, normalmente, vista em grupos de 10-20 indivíduos, embora já tenham sido registados grupos de centenas. É ainda desconhecido o comportamento reprodutor desta espécie. Podem parecer lentos, comparativamente a outros golfinhos de pequeno porte, no entanto, já foram avistados em deslocamentos rápidos, em que a cabeça e o queixo se elevam quando os golfinhos surgem à superfície, de forma muito característica desta espécie. Existem registos que eles surfam as ondas causadas pelas embarcações, que saltam e espreitam, no entanto, também podem ser difíceis de acompanhar no mar.
A extensão dos caldeirões é em águas tropicais e temperadas quentes, em todo o mundo. Normalmente são encontrados em águas profundas oceânicas. O tamanho destes golfinhos, a sua barbatana dorsal e a coloração do corpo, pode torná-los difíceis de distinguir dos roazes (Tursiops truncatus) à distância. Estes últimos são residentes nos Açores e além de maiores, têm um bico curto e bem marcado do melão.
Em agosto de 2010, a equipa do Espaço Talassa avistou um grupo de cerca de 50 caldeirões a sul do Pico. Este foi um novo record para nós, pois a última vez que esta espécie tinha sido avistada nos Açores foi no verão de 1995. O último avistamento, até agora, ocorreu no final do verão de 2016, quando um grupo de 20-40 caldeirões foi avistado longe da costa. O grupo aparecia lentamente à superfície, numa formação fechada e a surfar as ondas da proa dos barcos, enquanto estes se deslocavam lentamente. O mesmo grupo foi encontrado na viagem da manhã e da tarde do dia 28 de setembro de 2016.
PT: Caldeirão
ENG: Rough-toothed dolphin
FR: Steno
DE: Rauzahndelfin
IT: Steno
ESP: Delfín de dientes rugosos
NL: Snaveldolfijn